Hoje foi o primeiro dia de aulas da minha filha, na Universidade!
Aquele piolho electrónico, que há pouco tempo, ainda não tinha um ano e já construía frases completas para admiração de todos os que paravam para lhe falar, já está na Universidade!...
Dirigiam-se a ela e perguntavam-lhe com aquele ar ridículo de “bebé gigante”:
- Olá!.. Tu g’otas de bincai?...
Respondia logo ela:
- Gosto e brinco muito com a minha Bá ( a senhora que tomava conta dela).
- E agora tenho de ir à loja comprar “burreçados” (acho que esta era a única palavra que pronunciava de forma errada).
As pessoas ficavam muito admiradas com a facilidade de expressão da miúda e com a correcção com que soletrava algumas sílabas difíceis. Rapidamente deixei de ser conhecido naquele meio pequeno pelo meu nome, para passar a ser conhecido pelo pai da Kikas.
Com três anos a Tia de que já falei noutro Post, convenceu-a a furar as orelhas. Depois de algum trabalho levaram-na a um ourives. No primeiro disparo da pistola, fugiu de todos e só a agarrei já na rua. Ninguém mais conseguiu convencê-la a colocar o outro brinco. Disse logo que só pensaria nisso quando entrasse para a escola. Neste intervalo de tempo, exibia com muito orgulho o único brinco que tinha, provocando as pessoas a comentar a falta de furo na outra orelha.
Só aos seis anos é que decidiu fazer mais um furo.
Como aquele não lhe doeu, pediu no mesmo dia para fazer mais um. E assim ficou com três furos nas orelhas, por vontade própria. Até que ficava muito gira.
Muito refilona, sempre teve um elevado sentido de justiça, o que muitas vezes a levava a protestar com decisões que julgava injustas. Depois de explicadas as razões, ou compreendia, ou acatava apenas, originando que na primeira oportunidade esgrimisse de novo os seus argumentos.
Na escola era uma “Maria-rapaz”. Tinha as amigas dela, mas sempre jogou os jogos dos rapazes, andou à tareia com eles e fez grandes amigos de ambos os lados.
Entrou para os escuteiros. Tinha de ser diferente. Foi para os escuteiros Marítimos. Sempre viveu as actividades com intensidade. No mar ou em terra, enquanto não soubesse fazer as coisas, não descansava. Para todas as actividades radicais,então, podiam contar sempre com ela.
O grande sonho que tem é poder um dia abrir uma secção dos escuteiros na terra onde vive.
Entretanto foram os namoricos. A gaiata é tramada!...
Hoje lá fui com ela explicar-lhe o trajecto pelos transportes públicos. Ela tem vivido quase na província. Apesar de ser toda desenrascada e despachada, é uma despistada da quinta casa. Já foi três vezes de carro à faculdade, mas hoje como fomos de transportes, perdeu-se. Eu que também sou um tipo com “excelente” sentido de orientação, à conta do engano andei mais 3 (três) kms do que devia.
Bom, mas soube bem ir lá com ela e até me diverti com o engano.
É com estas TRETAS que um gajo sente que a vida está a passar por nós a uma velocidade estonteante!...
Haja saúde!
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