Há um local muito aprazível, a norte de Lisboa, e a sul da Figueira da Foz (quero ver se adivinham de que local estou a falar), para onde costumo ir passar os meus fins-de-semana para “recarregar as baterias”. É uma praia para onde vou desde que nasci, à qual me afeiçoei e sem a qual não consigo passar.
Conhecida pelo Bidé da Senhora Marquesa, por ser uma baía, sem ondulação, onde outrora a “realeza” deste Portugal se juntava para passar a época balnear. Sendo uma baía, com água pouco batida, tem uma temperatura muito agradável, comparável frequentemente com a temperatura das águas do Algarve. Este facto permitia a Duquesas e Marquesas, conversar com a água pela cintura, fazendo sabe-se lá o quê, daqui derivando o nome “simpático” pelo qual hoje é conhecida.
Depois desta pequena introdução, apetece-me hoje falar de um acontecimento anual, inserido nas festas de verão da vila, “O abraço à Baía” e na “palhaçada” que está por de trás deste acontecimento.
Muitas notícias têm corrido sobre a eventual poluição das águas daquela baía, tudo porque a praia acaba por estar dependente da boa vontade política de duas Câmaras Municipais, a de caldas da Rainha e a de Alcobaça! (hein?... será que já adivinharam de onde estou a falar?).
Este acto de abraçar a baía, quase patriótico, pois aparecem lá sempre as revistas cor-de-rosa para noticiar, tem como objectivo alertar para a preservação da baía!..
(Preservação é: limpeza, despoluição, desenvolvimento turístico.)
Aqui é que começam as TRETAS!...
É que a malta que abraça a baía, é a malta que leva os canitos a passear para a praia, deixando as cagadas imensas destes bichos na areia, onde as crianças dos outros depois vão brincar (eu tenho cão e filhos).
É a malta que compra as pevides e os tremoços e deixam as cascas espalhadas em tudo quanto é sítio (Eu adoro comer umas boas pevides e tremoços com um “bjeca” a acompanhar).
É a malta que leva os almoços para os filhos comerem na praia, mas não os ensinam a deitar os resíduos nos caixotes de lixo.
É a malta que à noite entra pela praia, rasgando os panos das barracas e roubando as cadeiras.
É a malta que à noite destrói tudo por onde passa, canteiros, bancos de rua, carros.
É a malta que tem casa na vila, mas não põe lá os pés durante o ano e aparece no verão para poluir, estragar e aparecer nas revistas cor-de-rosa.
Esta atitude dá-me a volta cá dentro.
Recuso-me a participar no “Abraço à Baía”, porque eu abraço-a todas as semanas.
Fumo, mas tenho um cinzeiro de praia para não poluir.
Como tremoços e pevides mas tenho sempre um saco para as casacas.
Bebo umas cervejas, mas se não o fizer num estabelecimento, deito os vasilhames no lixo.
Almoço na praia, mas tenho um saco para os resíduos.
Tenho um cão mas levo-o a passear para o pinhal ou para o mato.
Tenho duas filhas a quem ensinei a usar o caixote do lixo e a respeitar o sítio onde estão.
Faço canoagem e vela, mas não lavo o material com água doce nos duches da praia, lavo-o em casa.
Enfim, se gostam realmente desta baía, abracem-na todos os dias que lá forem. A melhor fotografia, é a de uma rua limpa, ou uma praia sem lixo.
Hoje deu-me para o sentimento!
Há dias assim!...
Nota final: é verdade, já sabem de onde estou a falar?
(Pémio para quem acertou)
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